Você tem email?


Este post de certa forma ê uma continuação do anterior.
Em outra oportunidade estava trabalhando apresentações na forma escrita. As perguntas eram what is your name?where do you live? What is your  email?
Justamente nesta última pergunta os alunos pararam e perguntaram o que era email. Respondi que era uma forma de se entrar no Facebook. Eles responderam que usavam o número de telefone.
Bem, não preciso dizer como fiquei decepcionado por não ter pensado nisso: Uma pequena mudança no acesso à rede social e já temos uma mudança nos modos de lidar com a linguagem.
Refletindo em casa, percebi que eles são crianças entre 10  e 12 anos portanto, não tem necessidade de ter um  email.
 Terão essa necessidade em alguns anos quando entrarem para uma faculdade ou trabalho.
Mas minha frustração em relação ao plano de aula foi que se o aluno compreendesse what is your name? Ele seria capaz de entender what is your email?
Essa experiência e aquela do post anterior me fizeram refletir sobre a importância de conhecer melhor os alunos e suas preferências fora de sala de aula em relação aos hábitos que eles tem ao ler e acessar textos dispostos no meio virtual.

Like : do youtube para a sala de aula


Há alguns anos venho pesquisando sobre as novas tecnologias e o ensino de leitura e escrita. A minha dissertação de mestrado foi sobre o hipertexto e cognição.
Apesar de tanta leitura teórica sobre o assunto, eu passei um tempo para implantar projetos e aulas com foco na relação tecnologia e educação.
Em 2018, trabalhando com turmas de 6 ao 9, em Marechal Deodoro, comecei a trazer para as aulas de inglês fatos sobre a relação tecnologias e leitura.
Em turmas de 6  e 7 anos indaguei os alunos sobre o significado de like.
Eu esperava gostar como resposta, mas os alunos responderam curtir.
Realmente no Youtube like significa curtir , assim como,  no Facebook.
Parece banal esta observação, mas ela pode indicar uma coisa: a distância de mundos entre o professor e os alunos.
O professor apesar de ter acesso a tecnologia e utilizar os sites que os alunos usam tem uma interpretação através de um conhecimento adquirido antes do lançamento da tecnologia e da adaptação da linguagem a este novo cenário. O aluno já aprendeu direto no recurso tecnológico e ignora o sentido único que o professor traz.
Isso tem implicações para o preparo das aulas do professor pois ele precisa considerar o conhecimento prévio de seus alunos.
E você gostou ou curtiu o post?



Pseudo Intelectuais!

No Brasil, as pessoas sentem uma necessidade de ostentar o que não são. Alguém já disse isso.
Atualmente, o importante é ser intelectual: ouvir MPB, ler grandes obras -mesmo que seja só resumo na Internet. E quem quer ser intelectual deve evitar programas de televisão feito para as massas, como por exemplo, o BBB da rede Globo.
Recentemente, recebi um email de uma moça indignada com o último BBB: "o Bial ofende a inteligencia do povo brasileiro"; "o ganhador do programa é homofóbico... " e contiunua com sua lista de ofensas que o programa de televisão "proporcionou" à população brasileira.
Ora, esse é um típico caso de um pseudo -intelectual: nao perde um programa, está em todos os paredões , mas no final distribui via internet uma indignação incontida -que romantico!?
O BBB já via na décima edição, será que essa criatura não percebeu como funciona? Quem tem o poder de barrar o programa? Você que está com o controle remoto na mão.
O que acho engraçado é que esses intelectuais produzidos pela Internet nunca indicam que livro estão lendo. Acha o BBB um porcaria? Vai ler um livro.

Exorcismo - Carlos Drummond de Andrade

Das relações entre topos e macrotopos
Do elemento suprassegmental,
Libera nos, Domine.

Da semia
Do sema, do semema, do semantema,
Do lexema,
Do classema, do mema, do sentema,
Libera nos, Domine.

Da estruturação semêmica,
Do idioleto e da pancronia científica,
Da realibilidade dos testes psicolingüísticos,
Da análise computacional da estruturação silábica dos falares regionais,
Libera nos, Domine.

Do vocóide,
Do vocóide nasal puro ou sem fechamento consonantal,
Do vocóide baixo e do semivocóide homorgâmico,
Libera nos, Domine.

Da leitura sintagmática,
Da leitura paradigmática do enunciado
Da linguagem fática,
Da fatividade e da não-fatividade na oração principal,
Libera nos, Domine.

Da organização categorial da língua,
Da principalidade da língua no conjunto dos sistemas semiológicos,
Da concretez das unidades no estatuto que dialetaliza a língua,
Libera nos, Domine.

Do programa epistemológico da obra,
Do corte epistemológico e do corte dialógico,
Do substrato acústico do culminador,
Dos sistemas genitivamente afins,
Libera nos, Domine.

Da camada imagética
Do estado heterotópico
Do glide vocálico
Libera nos, Domine.

Da lingüística frástica e transfrástica,
Do signo cinésico, do signo icônico e do signo gestual
Da clitização pronomial obrigatória
Da glossemática,
Libera nos, Domine.

Da estrutura exossemântica da linguagem musical
Da totalidade sincrética do emissor,
Da lingüística gerativo-transformacional
Do movimento transformacionalista,
Libera nos, Domine.

Das aparições de Chomsky, de Mehler, de Perchonock
De Saussure, Cassirer, Troubetzkoy, Althusser
De Zolkiewsky, Jakobson, Barthes, Derrida, Todorov
De Greimas, Fodor, Chao, Lacan et caterva
Libera nos, Domine.

Aprenda Chinês!

Um amigo tem um escola que início, só ensinava Inglês..depois, francês, espanhol.. agora.. Chinês. Perguntei qual era o objetivo. "Trabalho. O s Chineses estão abrindo empresas no Brasil.."Grande sacada. Ele vai ganhar dinheiro por um tempo.. os Chineses, por muito tempo..no final, seremos capazes de falar 6 línguas estrangeiras(Ingles, frances, esapnhol,italiano, alemao e chines), e continuaremos pobres.Com muito orgulho! Pois, seremos pobres diferentes; afinal , não é todo mundo que fala 6 idiomas !Enquanto isso nas escolas, continuaremos lutando para compreender pra que serve o objeto direto.Diz aí: o Presidente da República já terminou o Supletivo??
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sobre a Reportagem da Veja: " Prontos para o século XIX"

O Titulo parece um tom de pilhéria, é piada de mal ( ou mau) gosto mesmo : http://veja.abril.com.br/200808/p_076.shtml
Com base em uma pesquisa realizada por um instituto , o CNT/Sensus para a própria revista ( nada tendencioso), as autoras do texto, Monica Weinberg e Camila Pereira, tentam traçar um panorama da educação esquerdista brasileira:
"professores que não ensinam os conteúdos", ensinam política.
São contra as máquinas.
O Pior :as jornalistas tentam diminuir a importância do educador Paulo Freire, como elaborador de um método esquerdista de alfabetização. Bem, pelo menos se ele era esquerdista, assumia uma posição, o que não o fazem as autoras da matéria - não explicitamente.
Em nenhum ponto do texto se acha críticas ao governo em relação às políticas de educação, aos lucros dos bancos, à programação da TV brasileira - que serve para emburrecer.
Senhores da Veja , fica claro a postura de Direita assumida pela vossa Revista.
Mas, vamos discutir o problema da educação brasileira por todos os ângulos possíveis, não apenas atacando o Educador Paulo Freire, nem os professores brasileiros.